A União Europeia (UE) reforçou, neste sábado, seu desejo de evitar uma guerra comercial com Pequim, embora tenha reconhecido que os resultados das negociações com a China, que duram cinco anos, não geraram avanços significativos. O embaixador da UE na China, Jorge Toledo, destacou a crescente preocupação com as dificuldades enfrentadas por empresas europeias para acessar o mercado chinês, especialmente no setor de dispositivos médicos. Ele mencionou que os fabricantes europeus estão sendo discriminados nas compras públicas da China, o que agrava as tensões comerciais entre as duas partes.
A disputa comercial aumentou nos últimos meses, após a UE lançar uma investigação sobre as importações de veículos elétricos fabricados na China, o que levou a respostas de Pequim com investigações sobre produtos europeus, como carne suína e laticínios, além de restrições ao conhaque. A implementação de novas tarifas pela UE, de até 45,3%, sobre os veículos elétricos chineses, intensificou ainda mais as fricções comerciais entre os blocos.
Em seu discurso, Toledo afirmou que, caso as alegações de discriminação nas compras públicas de dispositivos médicos sejam confirmadas, a UE tomará medidas semelhantes em relação às empresas chinesas na Europa. O embaixador reiterou que a UE não busca um confronto, mas exige transparência e igualdade de condições nas relações comerciais com a China. A UE continua insistindo em um tratamento justo para suas empresas e em resolver as questões comerciais de maneira equitativa e sem escalonar tensões.