Nesta quarta-feira (20), a Ucrânia teria lançado mísseis de cruzeiro Storm Shadow, fabricados no Reino Unido, contra a Rússia, conforme relatos de correspondentes de guerra russos. A informação foi compartilhada em canais de Telegram ligados a fontes russas, que afirmaram que pelo menos 12 desses mísseis atingiram a região de Kursk, distante da fronteira ucraniana. O uso de mísseis de longo alcance, como os Storm Shadows e os ATACMS, fornecidos pelos Estados Unidos, tem sido uma escalada no conflito, com Kiev buscando ampliar suas capacidades ofensivas contra alvos russos no interior de seu território.
O governo de Moscou reagiu afirmando que esses ataques, realizados com armas ocidentais, representam uma intensificação significativa da guerra. Para a Rússia, o uso de mísseis de alcance superior, que podem atingir alvos mais profundos em seu território, é uma linha vermelha. O Kremlin também comentou sobre o uso dos ATACMS na véspera, enfatizando que isso alteraria a doutrina nuclear do país, o que aumenta as tensões internacionais. Analistas militares sugerem que, apesar dos mísseis de longo alcance não proporcionarem uma vantagem decisiva para a Ucrânia, eles podem fortalecer sua posição nas frentes de combate, especialmente na região de Kursk, que foi retomada pelos ucranianos em agosto.
Enquanto isso, o governo ucraniano defende que a utilização dessas armas é uma medida de defesa legítima, dado o histórico de ataques russos a cidades ucranianas com bombas pesadas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, continua pressionando seus aliados ocidentais para expandir o arsenal de armas de longo alcance, com o objetivo de neutralizar a infraestrutura militar russa e reduzir as ofensivas em território ucraniano. A escalada no uso de mísseis e o envio de tropas estrangeiras pela Rússia, como as forças norte-coreanas, são vistos como elementos críticos que podem moldar os próximos desdobramentos do conflito, que já se estende por quase três anos.