A possibilidade de um retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos gera incertezas sobre o futuro do apoio à Ucrânia. Enquanto Kiev enfrenta perdas estratégicas e enfrenta pressões constantes de Moscou, um possível governo Trump poderia trazer uma mudança na postura americana, favorecendo uma abordagem mais isolacionista e menos comprometida com alianças de longo prazo, como a Otan. Isso levanta preocupações sobre a continuidade do suporte militar ao país e a forma como a guerra será vista no cenário internacional.
Com uma visão pragmática e impaciente para concluir conflitos prolongados, Trump tem demonstrado desinteresse pela continuidade da ajuda à Ucrânia, tratando-a como um custo desnecessário para os EUA. A mudança na política americana pode gerar um forte impacto no moral das tropas ucranianas, que já enfrentaram dificuldades anteriores quando o apoio foi temporariamente suspenso. A vitória de Trump pode dificultar ainda mais a posição de Zelensky, que depende da ajuda ocidental para resistir aos avanços russos, tornando o futuro da guerra mais incerto para Kiev.
A postura do Kremlin, por sua vez, indica que uma vitória de Trump seria recebida com otimismo, especialmente considerando sua tendência isolacionista. Putin, que vê a guerra como essencial para manter sua influência regional, poderia explorar uma menor intervenção dos EUA para avançar em seus objetivos. Analistas sugerem que, sem uma resposta firme do Ocidente, a Rússia pode expandir suas ações em outras áreas de influência, como Geórgia e Moldávia, acirrando as tensões no Leste Europeu e potencialmente enfraquecendo a unidade entre os aliados da Otan.