Oito anos após iniciar sua guerra comercial com a China, Donald Trump está se preparando para aumentar as tarifas sobre as importações chinesas, o que pode impactar ainda mais a economia do país asiático. A China já enfrenta desafios econômicos internos, como uma crise no setor imobiliário e um crescimento mais lento, o que torna suas exportações mais vulneráveis a novas medidas punitivas. Contudo, o governo chinês possui recursos significativos para estimular sua economia, incluindo um plano de resgate de US$ 1,4 trilhão que visa ajudar os governos locais a refinanciar suas dívidas com juros mais baixos.
Além disso, a China tem diversificado suas exportações, reduzindo sua dependência do mercado americano, cuja participação nas importações chinesas caiu de 20% para 13% nos últimos seis anos. Buscando novas oportunidades, o país tem se voltado para mercados no Sudeste Asiático e América Latina, além de mudar suas compras de commodities agrícolas para fornecedores como o Brasil e a Argentina. Se as tarifas de Trump forem aplicadas, as exportações chinesas podem sofrer uma queda de até 8%, afetando diretamente o crescimento econômico anual do país.
Para enfrentar os desafios impostos pela guerra comercial e a desaceleração global, a China pode aumentar os gastos através de seus bancos estatais. O Partido Comunista Chinês tem uma estrutura que possibilita respostas rápidas a crises, o que é visto como uma vantagem estratégica. Além disso, a China segue avançando no setor de tecnologias avançadas, com iniciativas como o “Made in China 2025”, embora ainda enfrente dificuldades em áreas chave, como a fabricação de chips de computador, essenciais para a indústria de tecnologia moderna.