A escolha de Tulsi Gabbard, ex-congressista e crítica do Partido Democrata, como nova diretora de inteligência nacional dos Estados Unidos por Donald Trump tem gerado ampla inquietação entre especialistas e membros da comunidade de segurança nacional. Gabbard, que se distanciou de sua filiação partidária e se tornou uma defensora de políticas mais isolacionistas, é vista por muitos como pouco qualificada para o cargo, principalmente devido à sua falta de experiência em inteligência e suas posições controversas em relação à Rússia e à Síria. A nomeação levantou temores de que a política externa dos EUA poderia ser distorcida para agradar aos interesses pessoais de Trump, o que pode afetar a cooperação com aliados e a análise objetiva das ameaças globais.
Além das preocupações sobre a qualificação de Gabbard, sua aproximação com posições de Putin em relação à Ucrânia gerou críticas em vários setores, incluindo dentro da própria comunidade de inteligência dos EUA. Especialistas alertam que o novo governo poderia priorizar lealdades políticas em detrimento da expertise necessária para a liderança em questões de segurança. Gabbard, por sua vez, defende que sua escolha visa promover uma mudança nas políticas estabelecidas e combater o que considera ser um “pântano” dentro das instituições governamentais. Sua nomeação, entretanto, ainda precisa passar pela confirmação no Senado, onde pode enfrentar resistência, inclusive entre membros do próprio partido de Trump.
A nomeação de Gabbard se insere em uma série de escolhas controversas feitas por Trump para cargos estratégicos, incluindo a seleção de outros aliados leais, como o ex-congressista John Ratcliffe para a CIA. Esse movimento levanta questões sobre o futuro da inteligência global e a forma como os Estados Unidos irão lidar com seus aliados internacionais, especialmente no que se refere ao compartilhamento de informações sensíveis. Apesar de a comunidade europeia de inteligência se mostrar pragmática, observadores alertam que o impacto da nomeação de Gabbard pode afetar as relações de espionagem e os processos de tomada de decisão no âmbito da segurança internacional.