Durante a campanha presidencial, Donald Trump foi visto por muitos como uma figura escolhida por Deus, com a missão de restaurar a grandeza da América. Essa ideia, especialmente popular entre os evangélicos, é alimentada por líderes religiosos como Franklin Graham, que acreditam que o ex-presidente foi providencialmente salvo em um atentado para cumprir esse propósito. Mesmo com questões controversas sobre o caráter de Trump, como acusações de má conduta, muitos cristãos, em particular os conservadores, ignoram essas falhas, focando em suas políticas, como o nomeação de juízes antiaborto, que reforçaram sua base religiosa. Ao contrário, outros cristãos se opõem a sua presidência, citando atitudes que consideram contraditórias aos valores cristãos, como o tratamento de minorias e imigrantes.
A queda no número de frequentadores de igrejas nos Estados Unidos também tem sido um tema recorrente, com muitos cristãos sentindo que suas tradições estão em declínio. Trump, percebendo essa mudança demográfica, fez promessas de restaurar a influência das igrejas no país, apelando para a nostalgia de um “caráter cristão” perdido. Sua mensagem foi especialmente eficaz entre cristãos brancos, evangélicos e conservadores, que viram nele uma defesa contra uma agenda progressista que, segundo eles, ameaça suas liberdades religiosas. No entanto, ele também perdeu apoio entre cristãos de outras etnias e orientações políticas, especialmente entre os protestantes negros e católicos, que se alinharam em grande parte com o Partido Democrata.
Apesar de seu apelo entre os cristãos conservadores, Trump não pode barrar as mudanças demográficas que vêm moldando o panorama religioso dos EUA, como o aumento de pessoas sem afiliação religiosa e o afastamento de muitas pessoas das igrejas devido a escândalos envolvendo abusos. Mesmo assim, figuras como Franklin Graham continuam otimistas quanto à proteção das liberdades religiosas sob uma possível presidência de Trump. Contudo, com o crescimento de vozes críticas e a contínua mudança nas preferências religiosas da população, o futuro da relação entre política e fé nos EUA continua incerto.