O julgamento dos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acusados de matar e torturar um homem durante uma abordagem no estado de Sergipe, em 2022, começa nesta terça-feira (26). O caso gerou grande repercussão nacional ao revelar que a vítima foi asfixiada dentro de uma viatura policial, em uma situação que se assemelha a uma câmara de gás. A perícia do estado de Sergipe apontou que a causa da morte foi asfixia mecânica, e o laudo do Instituto Médico Legal (IML) esclareceu que a vítima não estava em surto psicótico, como alegaram os policiais, mas sim sob o efeito de um medicamento utilizado no tratamento de esquizofrenia.
Após a investigação interna, a PRF decidiu pela demissão dos policiais envolvidos e encaminhou o processo, com 13 mil páginas, ao Ministério da Justiça, que é responsável por dar a última palavra no caso. Durante o ocorrido, imagens que circulavam nas redes sociais mostraram a vítima sendo imobilizada e colocada no porta-malas da viatura, onde foi exposta a spray de pimenta e gás lacrimogêneo por mais de 11 minutos. Esses atos culminaram na sua morte.
A família da vítima recebeu uma indenização de R$ 1 milhão, em razão da responsabilidade do Estado pelos danos causados por seus agentes. O juiz que concedeu a indenização argumentou que o Estado é responsável por crimes e danos cometidos por servidores públicos durante o exercício de suas funções, independentemente da intenção ou culpa dos envolvidos. Os policiais são acusados de tortura e homicídio qualificado, e o julgamento deste caso deve definir as responsabilidades pelos atos cometidos.