O julgamento do policial militar acusado pela morte de Ágatha Vitória Sales Félix, uma menina de 8 anos, ocorrido em 2019 no Complexo do Alemão, resultou em sua absolvição. O tribunal entendeu que o disparo que atingiu a criança foi feito sem a intenção de matá-la. A defesa do policial e o Ministério Público contestaram a decisão, anunciando que irão recorrer da sentença. A tragédia aconteceu quando a menina foi baleada enquanto estava dentro de uma kombi, após um suposto erro de identificação de um objeto por parte dos policiais.
A versão apresentada pelos policiais durante o julgamento indicou que a troca de tiros com criminosos teria ocorrido, mas essa narrativa foi refutada pela investigação. A Polícia Civil alegou que não houve confronto e que o disparo foi direcionado contra civis que carregavam uma esquadria de alumínio, confundida com uma arma. A perícia revelou que o tiro, que ricocheteou, atingiu a menina nas costas e causou sua morte, o que gerou grande comoção entre os familiares da vítima, que acompanharam o julgamento com tensão.
Em entrevista, a mãe de Ágatha expressou o sofrimento pelo longo período de espera por justiça, e a expectativa de uma resposta para a sociedade e para as famílias que, assim como ela, aguardam por decisões em casos semelhantes. Embora o réu tenha sido absolvido, o caso continua a gerar revolta e debates sobre a atuação das forças de segurança e o processo judicial no Brasil, especialmente no contexto de confrontos urbanos e violência policial.