Após mais de 12 horas de julgamento, o Tribunal de Júri decidiu absolver um policial militar acusado de disparar o fuzil que causou a morte de uma criança de 8 anos, em setembro de 2019, na Comunidade da Fazendinha, no Rio de Janeiro. A menina foi atingida nas costas enquanto estava em uma Kombi, voltando de um passeio com sua mãe. Embora o júri tenha reconhecido que o policial mentiu em suas primeiras versões e foi o autor do disparo, considerou que não houve intenção de matar, o que resultou na absolvição do réu. O Ministério Público do Rio de Janeiro já recorreu da decisão.
Em relação ao caso, diversas testemunhas foram ouvidas durante o julgamento, incluindo a mãe da vítima, que relatou os últimos momentos com sua filha. O policial réu havia alegado que disparou em legítima defesa, após ser atacado por suspeitos armados. No entanto, a investigação descartou essa versão, apontando que os homens alvejados na ação eram civis, não criminosos, e que o disparo atingiu a criança por acidente. O caso levanta questões sobre a letalidade policial e o uso da força em contextos de segurança pública.
O julgamento faz parte de um cenário mais amplo de críticas às absolvições de policiais envolvidos em mortes durante operações no Rio de Janeiro, como no caso de um adolescente morto em 2020. Familiares das vítimas têm questionado a atuação da Justiça estadual, com alguns pleiteando a federalização dos processos devido a indícios de violações de direitos humanos. A discussão sobre a responsabilização de agentes de segurança continua sendo um tema central no debate sobre a violência no estado.