O Complexo de Israel, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, é composto por comunidades como Vigário Geral, Parada de Lucas e Cidade Alta, áreas marcadas por desafios sociais e presença de facções criminosas. Esse conjunto de favelas começou a se formar na década de 1960, quando o governo transferiu famílias de baixa renda da Zona Sul para habitações sociais recém-construídas, após incidentes que deixaram muitos desabrigados. Originalmente uma área rural e pacífica, a região foi se urbanizando aos poucos, mas com pouca infraestrutura pública, o que afetou a qualidade de vida dos novos moradores.
Ao longo dos anos, a ausência de serviços essenciais como escolas, postos de saúde e transporte público adequados contribuiu para a marginalização das comunidades. Com o tempo, a região passou a sofrer com problemas crescentes de violência e tráfico de drogas, especialmente a partir da década de 1980, quando o aumento da criminalidade e da circulação de drogas agravou as condições locais. A chegada de novas facções e o conflito entre milícias transformaram o Complexo de Israel em um cenário de intensos confrontos e dificuldades para a população local, que carecia de uma presença efetiva do Estado em suas necessidades básicas.
A situação de insegurança e a falta de perspectivas afetam não só o cotidiano, mas também o futuro dos jovens da região, refletindo-se em escolas e no desenvolvimento social. Educadores relatam que a violência cotidiana resulta em apatia e falta de esperança entre os alunos, muitos dos quais demonstram desinteresse por planos de longo prazo. A crise social do Complexo de Israel espelha desafios mais amplos enfrentados pela cidade do Rio de Janeiro e exige soluções que integrem segurança, educação e assistência social para reverter anos de negligência.