O caso de uma criança morta por uma bala perdida em Santos, São Paulo, gerou um grande debate sobre a violência policial e seus impactos nas periferias do estado. O menino, de apenas 4 anos, foi atingido durante um confronto entre a polícia e suspeitos em uma troca de tiros no Morro São Bento. Embora a polícia tenha confirmado que a bala provavelmente partiu de um agente de segurança, o caso é mais um exemplo trágico de mortes envolvendo intervenções policiais em áreas de vulnerabilidade social. O incidente levou a uma série de protestos e manifestações de entidades de direitos humanos, que questionam a letalidade das operações de segurança pública, especialmente em comunidades marginalizadas.
Dados recentes revelam um padrão preocupante de violência policial em várias regiões do Brasil, com uma grande disparidade racial nas vítimas. Em 2023, as estatísticas apontam que a maioria das mortes causadas pela polícia foi de pessoas negras, com uma média de uma vítima a cada quatro horas nos estados monitorados. Esses números, segundo especialistas, não apenas refletem um alto índice de letalidade, mas também uma política de segurança que falha em garantir a responsabilização e a transparência nas investigações. Organizações de direitos humanos alertam para a falta de uma abordagem mais cuidadosa e de estratégias que busquem a redução da violência policial.
Além disso, o relatório de observatórios de segurança destaca a falta de investigações adequadas nos casos de mortes em que policiais alegam legítima defesa, levantando questionamentos sobre a responsabilidade das instituições de segurança pública e o papel das políticas estaduais. Especialistas apontam que a maneira como essas mortes são registradas e tratadas pelas autoridades contribui para a perpetuação do ciclo de violência, sem oferecer soluções para a real diminuição dos conflitos entre polícia e comunidades periféricas. O aumento da letalidade policial nos últimos anos, especialmente em estados como Bahia e São Paulo, demonstra uma conexão direta com as posturas adotadas pelos governos locais.