Representantes dos trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) apresentaram nesta segunda-feira (4) os desafios enfrentados pela estatal, como a falta de pessoal e a desvalorização do jornalismo. Durante uma audiência pública no Conselho de Comunicação Social, foram discutidos os impactos de uma greve recente e a necessidade urgente de investimentos na empresa, que inclui a TV Brasil, a Rádio Nacional e a Agência Brasil. A diretora-geral da EBC, Maíra Bittencourt, destacou algumas conquistas, como o aumento de parcerias com emissoras locais, mas também reconheceu as dificuldades orçamentárias que a empresa enfrenta.
Os representantes da EBC enfatizaram que a falta de trabalhadores tem afetado diretamente a qualidade do jornalismo e a produção de conteúdo. A jornalista Akemi Nitahara, da Frente em Defesa da EBC, apontou a remoção de jornais locais e a redução do espaço destinado ao jornalismo de rádio como problemas significativos. Além disso, mencionou a sobrecarga de trabalho que tem gerado casos de burnout entre os profissionais. Outros conselheiros, como Thiago Interaminense, ressaltaram a importância de um concurso público para recompor a equipe, já que a EBC perdeu cerca de 700 trabalhadores nos últimos anos.
Os conselheiros também discutiram a necessidade de um modelo de financiamento que valorize o jornalismo e combata as notícias falsas. O presidente do CCS, Miguel Matos, declarou que o colegiado busca sempre melhorar a comunicação pública e que as questões debatidas são essenciais para a qualidade do serviço prestado. Na mesma reunião, foi aprovada a redação final de um anteprojeto que visa reformular a composição do CCS, aumentando a participação da sociedade civil e integrando setores de comunicação anteriormente não representados.