Cientistas do Museu Field de História Natural, em Chicago, realizaram tomografias computadorizadas em múmias egípcias, revelando detalhes sobre práticas funerárias e características pessoais de indivíduos mumificados há mais de 3 mil anos. O uso da tecnologia permitiu visualizar esqueletos e artefatos internos sem danificar os envoltórios, fornecendo uma perspectiva detalhada e respeitosa da individualidade desses antigos egípcios. Descobertas incluem informações sobre o sexo, idade e condições de saúde, além de práticas como a utilização de olhos artificiais e enchimentos no pescoço, destacando a preparação meticulosa para a vida após a morte.
A pesquisa revelou ainda que os egípcios viam a vida após a morte como uma continuidade para a qual se preparavam com a mesma seriedade de um planejamento de aposentadoria. Múmias de status elevado, como Lady Chenet-aa, foram analisadas, mostrando detalhes como o uso de sarcófagos reforçados e selados sem costuras aparentes. A análise também identificou soluções alternativas usadas por famílias menos abastadas, como o reaproveitamento de caixões, evidenciando as desigualdades sociais e as adaptações feitas para preservar o corpo, mesmo com recursos limitados.
As tomografias refletem uma mudança de abordagem sobre como tratar e preservar restos humanos, reforçando o respeito cultural e espiritual. Hoje, as múmias são vistas como pessoas, não apenas objetos de estudo, e a exposição em museus tem foco em reumanizar esses indivíduos, oferecendo ao público uma visão respeitosa de suas vidas e práticas funerárias. A pesquisa colabora ainda para futuras estratégias de preservação, ajudando a perpetuar essas histórias milenares.