O Grupo Muda, uma empresa focada em economia circular e gestão de resíduos, concluiu com sucesso a emissão de seu token de dívida corporativa na plataforma Estar.Finance. Esse token foi o primeiro a passar por todo o ciclo de captação, pagamento e deslistagem no âmbito do sandbox regulatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A operação inicial visava captar R$ 500 mil, mas superou as expectativas ao arrecadar R$ 600 mil, com um excedente de 20%. O pagamento total de R$ 733.981 foi destinado aos detentores do token, sem taxas e impostos, com o ciclo encerrando-se oficialmente em 12 de novembro, quando o token MUD1 será deslistado do mercado secundário.
O sucesso dessa operação marca um passo importante no amadurecimento do mercado de tokens no Brasil, sinalizando que esse modelo pode ser aplicado a investimentos de outros setores. A automação das transações e liquidações na blockchain traz um novo paradigma para o financiamento corporativo, destacando a viabilidade dos tokens de dívida como uma alternativa inovadora e regulada. Rodrigo Carneiro, diretor-executivo da SMU Investimentos, vê esse ciclo completo como uma prova do potencial de crescimento dos tokens no país.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem regulamentado a emissão de tokens de dívida, adaptando a resolução 88, que abrange o crowdfunding, para permitir esse tipo de operação. Já no primeiro semestre de 2024, as ofertas com tokens superaram R$ 1 bilhão, valor que era esperado para todo o ano. Para o próximo ano, a CVM discutirá a possibilidade de aumentar o limite de captação via tokens de R$ 15 milhões, conforme anunciado por Pedro Armando Castelar, chefe de gabinete da CVM, o que poderá abrir ainda mais espaço para esse tipo de operação no mercado brasileiro.