Uma análise abrangente de 40 anos sobre 40 mil fusões e aquisições (M&A) revelou que entre 70% e 75% dessas operações fracassam em atingir seus objetivos principais, como aumento de vendas, redução de custos e valorização do preço das ações. Este índice de insucesso é atribuído, em grande parte, à pressão exercida sobre executivos para realizar aquisições em momentos de dificuldade, priorizando decisões rápidas e de alto impacto. A urgência em fechar negócios, muitas vezes incentivada por consultores e banqueiros de investimento, leva à escolha de alvos inadequados, preços excessivos e dificuldades de integração, ignorando alternativas como parcerias e desenvolvimento interno.
Os fatores que mais contribuem para o fracasso incluem a aquisição de alvos grandes, difíceis de integrar devido à complexidade operacional, e conglomerados sem sinergia estratégica, que não trazem benefícios econômicos claros. Além disso, adquirir empresas em dificuldades sob a premissa de uma recuperação rara vez resulta em sucesso. Incentivos desalinhados, como bônus para CEOs baseados na conclusão do negócio, e não em sua performance, também prejudicam os resultados. Essa estrutura de compensação muitas vezes recompensa líderes independentemente do desempenho da aquisição, criando um ambiente que prioriza a expansão sobre a viabilidade a longo prazo.
O estudo ressalta a necessidade de maior rigor na diligência prévia e na escolha de estratégias alternativas às M&A. Para evitar os altos índices de falha, empresas devem alinhar os incentivos de executivos ao sucesso das aquisições, melhorar os processos de avaliação e integrar soluções menos arriscadas, como joint ventures e investimentos em capacidades internas. A reversão desse padrão de insucesso é crucial para proteger investidores, economias e comunidades afetadas por essas transações.