O 13º salário, também conhecido como gratificação de Natal, foi oficializado no Brasil em 1962, durante o governo de João Goulart, como resposta a protestos da classe trabalhadora em um cenário de inflação alta. Instituído pela lei nº 4.090, o benefício é um direito garantido aos trabalhadores formais e corresponde a um salário adicional pago em duas parcelas, até 30 de novembro e 20 de dezembro. Essa medida, inicialmente criticada por empresários e economistas, tornou-se um motor econômico importante, injetando bilhões na economia todos os anos. Em 2024, espera-se que o 13º movimente mais de R$ 320 bilhões.
A educadora financeira Mila Gaudêncio destaca que enxergar o 13º salário como um direito e não como um bônus pode promover maior consciência financeira. A lógica do benefício está ligada às semanas trabalhadas durante o ano, compensando períodos com maior número de dias úteis. Para usar esse recurso de forma eficiente, ela recomenda priorizar o pagamento de dívidas, especialmente as que comprometem o orçamento, e destinar parte do valor para despesas futuras como impostos e materiais escolares. Para quem está com as finanças em dia, investir em presentes pessoais pode ser saudável, desde que os gastos sejam planejados.
Já para empreendedores, que não têm direito ao 13º por lei, o planejamento financeiro é essencial para reservar um valor extra no fim do ano. A recomendação é separar as finanças pessoais das empresariais e poupar mensalmente uma fração do pró-labore, criando uma reserva ao longo do ano. Mesmo que o processo seja desafiador, principalmente no início, a disciplina pode trazer benefícios financeiros duradouros, ajudando a enfrentar as despesas do início de ano com mais tranquilidade.