A oposição conservadora alemã instou o chanceler Olaf Scholz a realizar um voto de confiança imediato e antecipar as eleições para janeiro, em meio a uma crise política desencadeada pelo colapso de sua coalizão tripartite. A ruptura ocorre em um momento crítico para a Alemanha, que enfrenta desafios econômicos e estratégicos, além de uma infraestrutura envelhecida e forças armadas carentes de modernização. A pressão por eleições se intensifica após a recente reeleição de Donald Trump nos EUA, o que poderá complicar as respostas europeias a temas como tarifas comerciais e alianças militares.
A crise política escalou na quarta-feira, quando divergências sobre a gestão orçamentária e o financiamento para a Ucrânia culminaram na saída dos Democratas Livres do governo, deixando Scholz com uma coalizão enfraquecida ao lado dos Verdes. A oposição, liderada por Friedrich Merz, deseja um voto de confiança já na próxima semana para evitar uma gestão sem maioria parlamentar que prolongue a paralisia governamental. A instabilidade surge enquanto a Alemanha lida com o risco de uma nova contração econômica e com a necessidade urgente de políticas que fomentem a recuperação.
Em resposta à saída do ministro das finanças, Scholz nomeou Joerg Kukies, um aliado de longa data e integrante do SPD, para o cargo. Embora o colapso da coalizão crie incertezas, especialistas como o economista Carsten Brzeski avaliam que novas eleições e uma reformulação do governo podem trazer a direção e a clareza política necessárias. A realização de eleições antecipadas busca encerrar a fase de incertezas, colocando em pauta uma reconfiguração estratégica para a maior economia da Europa.