O Ministério da Saúde do Brasil prevê a chegada de 25 mil doses da vacina contra a mpox ainda em novembro, adquiridas por meio de uma negociação com a empresa Bavarian Nordic. Dada a quantidade limitada, o órgão planeja utilizar as vacinas para compor seu estoque estratégico, destinando-as a ações pontuais de imunização em caso de surtos. A compra foi realizada via Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), um sistema que facilita o acesso dos países das Américas a insumos essenciais de saúde.
Para reforçar a efetividade da campanha, o Comitê Técnico Assessor de Imunizações do ministério se reunirá após a chegada das doses para avaliar a necessidade de ajustes na estratégia de imunização. Atualmente, o foco da vacinação no Brasil inclui pessoas que vivem com HIV, usuários de PrEP, profissionais de laboratório expostos ao vírus e pessoas em contato direto com casos suspeitos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma reunião de emergência será realizada na próxima semana para definir se a mpox ainda configura uma emergência de saúde global, medida tomada anteriormente em resposta ao surto mundial.
Apesar das novas doses, especialistas do país, como o infectologista Rico Vasconcelos, alertam que o número é insuficiente para atender todas as pessoas que necessitam de proteção contra o vírus, especialmente considerando a população que vive com HIV e aqueles em uso de PrEP. No início de 2023, uma campanha de vacinação já havia distribuído cerca de 49 mil doses pelo país, com recomendação de duas doses por pessoa. Entretanto, até o final de junho, apenas 29.165 doses foram efetivamente aplicadas, indicando desafios na adesão à campanha e na distribuição das vacinas em nível estadual e municipal.