O governo americano enfrenta desafios complexos na viabilidade de um plano de deportação em massa de imigrantes sem documentos, proposto como uma das prioridades da nova administração. Embora a promessa seja reforçar a segurança na fronteira, especialistas questionam a logística e o alto custo da operação, que pode exigir bilhões de dólares em investimentos e o fortalecimento de estruturas já pressionadas, como os tribunais de imigração e a força de trabalho em fiscalização. Além disso, estima-se que a medida necessitará da contratação de milhares de novos agentes e a construção de centros de detenção, o que geraria impactos sociais e financeiros significativos.
A deportação em grande escala pode, segundo analistas, afetar diretamente a economia americana, principalmente em setores que dependem da mão de obra imigrante, como construção, agricultura e serviços. Embora defensores do plano afirmem que a medida favoreceria os trabalhadores locais ao reduzir a competição, críticos alertam para a possível desestabilização econômica. Em estados com alta concentração de imigrantes, como a Califórnia, as perdas fiscais podem ser especialmente relevantes, pois uma parcela significativa dos impostos arrecadados provém dessa população, que contribui ativamente para a economia local.
Além das deportações, outra medida controversa prometida é o fim da cidadania automática para filhos de imigrantes nascidos nos EUA, assegurada pela 14ª Emenda da Constituição. Organizações de direitos civis, como a ACLU, já planejam ações judiciais para contestar essas mudanças, argumentando que os princípios constitucionais devem prevalecer. Ao trazer de volta temas polêmicos de um governo anterior, a administração sinaliza um endurecimento nas políticas migratórias, elevando debates sobre ética, direitos humanos e o impacto de tais políticas para a sociedade americana.