A necessidade líquida de financiamento do governo geral brasileiro representou 8,2% do PIB no segundo trimestre de 2024, uma redução de 1,0 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa diminuição foi impulsionada pelo crescimento nominal de 13,6% na arrecadação governamental, embora parte desse aumento tenha sido compensado por um acréscimo de 10,2% nas despesas. Os dados são parte do Boletim de Estatísticas Fiscais do Governo Geral, divulgado pelo Tesouro Nacional, que abrange informações consolidadas das três esferas de governo (Governo Central, estados e municípios) de acordo com os padrões do Fundo Monetário Internacional.
O Governo Central representa a maior fatia da necessidade de financiamento, com 8,2% do PIB. Em contrapartida, os entes subnacionais mostraram resultados variados: enquanto os estados tiveram uma necessidade de financiamento de 0,5% do PIB, os municípios apresentaram capacidade de financiamento equivalente a 0,4% do PIB. O crescimento das receitas foi impulsionado principalmente pela arrecadação de impostos sobre bens e serviços e mudanças em tributos como Cofins, PIS/Pasep e ICMS.
Em termos de despesas, o governo geral registrou um aumento equivalente a 1,4 ponto percentual do PIB, somando 47,7% do PIB no período analisado. Esse aumento reflete tanto o incremento nos gastos com bens e serviços quanto nos investimentos líquidos, impulsionados por projetos de infraestrutura e manutenção, especialmente em âmbito municipal, que se beneficiaram do calendário eleitoral. O Governo Central, por sua vez, teve investimentos focados em conservação de rodovias e ativos de infraestrutura, embora com investimento líquido negativo em relação ao PIB.