A importância dos terreiros de candomblé como espaços de resistência cultural e segurança alimentar foi destaque em um debate realizado pela Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados. Esses espaços, além de promoverem cura e acolhimento, também desempenham um papel fundamental na distribuição igualitária de alimentos e na valorização das práticas comunitárias. Representantes ressaltaram o papel dos terreiros como lugares de fortalecimento das comunidades afrodescendentes e de preservação das tradições ancestrais.
O evento destacou iniciativas de combate à fome conduzidas pelos terreiros, com apoio de políticas públicas, como os investimentos do Ministério da Igualdade Racial, que destinou R$ 1,5 milhão à segurança alimentar em comunidades tradicionais. As cozinhas de terreiro foram apontadas como um exemplo de solidariedade, promovendo alimentação como elemento sagrado e essencial para a subsistência e união das comunidades. O reconhecimento das mulheres responsáveis por essas cozinhas também foi celebrado em eventos como o G20 Social.
A proteção das tradições e espiritualidades de matriz africana foi debatida como fundamental para reparar injustiças históricas, incluindo a desconexão de povos escravizados com suas raízes culturais. Propostas como o Projeto de Lei 1279/22 buscam formalizar o marco legal desses povos, assegurando a valorização e preservação de sua herança ancestral. Os participantes também reforçaram a relevância das influências culturais africanas na construção da identidade brasileira, transcendendo fronteiras geográficas e resistindo às adversidades históricas.