Um estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sugere que a combinação de luz infravermelha monocromática e fisioterapia convencional pode ser uma alternativa eficaz no tratamento da neuropatia diabética periférica, uma complicação comum e debilitante do diabetes. A neuropatia diabética afeta principalmente os nervos das pernas e pés, provocando dores intensas, queimação, formigamento e dormência, frequentemente agravadas em repouso e durante o sono. Embora o tratamento farmacológico seja amplamente utilizado, ele pode causar efeitos colaterais indesejados, como boca seca e retenção urinária, o que motiva a busca por terapias complementares.
O estudo envolveu 144 pacientes com neuropatia diabética atendidos em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo. Os participantes foram divididos em dois grupos: um recebeu a aplicação de luz infravermelha monocromática de 890 nanômetros, associada a sessões de fisioterapia com eletroterapia e cinesioterapia; o outro grupo seguiu o mesmo protocolo de fisioterapia, mas sem o uso da luz. A pesquisa mostrou que os pacientes que receberam a luz infravermelha apresentaram uma significativa redução na dor e melhorias na qualidade do sono, especialmente aqueles com dor intensa.
Os resultados indicam que a terapia com luz infravermelha pode ser uma abordagem promissora para o manejo da dor na neuropatia diabética, com potencial para ser adotada em clínicas ambulatoriais e centros especializados no tratamento da dor. No entanto, é fundamental que os profissionais responsáveis pela aplicação da terapia se capacitem no uso correto dos dispositivos, ajustando parâmetros como intensidade e duração da luz conforme as necessidades de cada paciente. O acompanhamento adequado e a monitorização dos efeitos colaterais são essenciais para garantir a eficácia e segurança do tratamento.