O mercado financeiro brasileiro enfrentou um dia de tensões, com o dólar fechando acima de R$ 5,70 e a bolsa de valores registrando uma queda de 1,5%, atingindo o menor nível em três meses. A moeda norte-americana chegou a ser cotada a R$ 5,79 no auge do dia, mas desacelerou para R$ 5,737 no fechamento. Mesmo com a alta diária, o dólar encerrou a semana com queda acumulada de 2,25%, embora ainda apresente uma valorização de 18,22% em 2024.
Fatores domésticos e internacionais contribuíram para o cenário de instabilidade. Internamente, a demora no anúncio de um pacote de corte de gastos e a alta da inflação em outubro impulsionaram as expectativas de um aumento mais acentuado na taxa de juros pelo Banco Central, o que levou investidores a buscar opções de renda fixa, desfavorecendo o mercado de ações. A reunião para definir os detalhes das medidas de corte de gastos ocorreu, mas terminou sem declarações dos ministros, com um anúncio oficial previsto para a próxima semana.
Externamente, a expectativa sobre o governo do presidente eleito dos EUA e as políticas econômicas da China trouxeram mais incerteza. O pacote de estímulo chinês foi considerado insuficiente, afetando os preços das commodities e impactando exportadores como o Brasil. Nos Estados Unidos, a recondução de um representante comercial com perfil protecionista gerou preocupações sobre o futuro das relações comerciais. Esse cenário global adicionou mais pressão ao mercado financeiro brasileiro, que segue atento aos próximos desdobramentos econômicos.