O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou justificável a reação do governo brasileiro ao boicote anunciado pelo CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, às carnes provenientes de países do Mercosul. Em resposta, frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carne para o Carrefour no Brasil, medida apoiada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que classificou a declaração da empresa como inaceitável. Haddad, no entanto, demonstrou otimismo, afirmando que a empresa poderá reconsiderar sua posição.
Durante a Cúpula do G20, Haddad discutiu com o presidente da França, Emmanuel Macron, sobre o acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul. O ministro ressaltou que o Brasil busca uma integração produtiva que não crie divisões desproporcionais entre agricultura e indústria, refletindo a necessidade de conciliar interesses regionais. O tratado, em negociação há mais de 20 anos, enfrenta resistência de agricultores franceses, que acusam o Mercosul de práticas desiguais, sobretudo em questões ambientais.
A polêmica destaca os desafios de equilibrar demandas comerciais e sustentáveis, além de reforçar a importância de alinhamento entre empresas e governos. A crise pode impactar a relação comercial entre Brasil e França, mas também oferece oportunidade para aprofundar diálogos sobre integração produtiva e regras justas no comércio internacional. Analistas alertam que a repercussão do boicote pode prejudicar a imagem do Carrefour no Brasil, caso não haja um reposicionamento estratégico.