No último mês, as relações entre Brasil e Venezuela se deterioraram, especialmente após o governo brasileiro se opor à entrada da Venezuela no Brics. O Itamaraty expressou surpresa com as críticas de Caracas, que acusou o Brasil de promover uma campanha sistemática contra o presidente venezuelano e de interferir em assuntos internos. O chanceler venezuelano reiterou que as ações do Brasil violam princípios de soberania e autodeterminação, enquanto a diplomacia brasileira respondeu classificando as declarações de Maduro como ofensivas e desrespeitosas.
As tensões começaram a se intensificar após o Brasil não reconhecer a vitória de Nicolás Maduro nas eleições de julho e a convocação do embaixador venezuelano em Brasília. A Venezuela reagiu a essa postura ao criticar abertamente o governo brasileiro, associando suas políticas às do governo anterior e alegando que o Brasil reproduz discursos de exclusão e intolerância. A escalada retórica entre os dois países destaca a fragilidade da relação, que já teve momentos de cooperação, como a visita de Maduro ao Brasil em maio de 2023.
O contexto diplomático se complica ainda mais com a publicação de imagens e declarações agressivas nas redes sociais por parte da Venezuela, além da convocação de Lula para se posicionar sobre a questão do Brics. A situação exemplifica a dificuldade de se manter um diálogo construtivo entre os países, especialmente em um cenário político tão polarizado. As expectativas de resolução pacífica estão ameaçadas pela escalada de retórica e pela falta de comunicação entre os governos.