O enterro de uma criança de quatro anos, morta durante uma operação policial no Morro do São Bento, em Santos, foi marcado por um clima de tensão e confrontos entre autoridades e familiares. A presença de policiais no cortejo foi criticada por representantes da Ouvidoria das Polícias do Estado, que consideraram a ação uma forma de intimidação. Testemunhas e especialistas destacaram que a postura dos policiais dificultou o andamento do cortejo, em um momento de luto profundo para a comunidade e os familiares.
De acordo com a Polícia Militar, a morte da criança ocorreu durante uma troca de tiros entre agentes e supostos criminosos, em uma área conhecida pelo tráfico de drogas. O ouvidor das Polícias manifestou indignação com a conduta dos policiais presentes no funeral, enquanto a Secretaria de Segurança Pública se comprometeu a investigar possíveis excessos ou intimidações cometidas pelos agentes. A polícia informou que uma perícia foi determinada para esclarecer a origem do disparo fatal.
O caso trouxe à tona a tensão entre a presença policial em comunidades e o impacto das operações em áreas vulneráveis. Durante o cortejo, amigos e familiares prestaram homenagens com roupas e balões brancos em memória da criança. A morte do pai da vítima, também durante uma operação policial meses antes, adicionou uma camada de complexidade e reflexão sobre o histórico de confrontos entre moradores e forças de segurança na região.