A utilização pela Rússia de um míssil balístico MIRV (múltiplos veículos de reentrada com alvos independentes) na guerra na Ucrânia marca uma escalada significativa e perigosa no conflito. Esse tipo de arma, projetada originalmente para dissuasão durante a Guerra Fria, nunca havia sido usado em combate. Analistas alertam que essa tecnologia pode alterar o equilíbrio estratégico, já que os MIRVs combinam alto poder destrutivo com a capacidade de atingir múltiplos alvos, aumentando o risco de ataques preventivos em cenários de crise.
Embora as ogivas usadas neste ataque à Ucrânia não fossem nucleares, o impacto simbólico é significativo, pois o uso de mísseis MIRV em operações convencionais cria novas incertezas geopolíticas. A ameaça de futuros lançamentos e o contexto global de competição armamentista intensificam as preocupações sobre a estabilidade da segurança internacional. A expansão dessa tecnologia entre potências nucleares, como China, Índia e Paquistão, e sua vulnerabilidade a ataques terrestres tornam os MIRVs um tema central em debates sobre desarmamento e segurança global.
Especialistas sugerem que a crescente proliferação dos MIRVs representa uma ameaça à doutrina de dissuasão que sustentou o equilíbrio de poder desde a Guerra Fria. Além disso, a maior capacidade destrutiva dessas armas pode fomentar uma corrida armamentista e reduzir a estabilidade em momentos de crise, criando um mundo onde decisões impulsivas podem ter consequências devastadoras.