Desde sábado (23), a embaixada da Argentina em Caracas está sob vigilância de policiais venezuelanos, enquanto seis colaboradores da líder opositora María Corina Machado permanecem asilados na residência diplomática, sob proteção de funcionários brasileiros. Esses opositores, incluindo a chefe de campanha Magalli Meda, estão refugiados no local desde março deste ano, após a Venezuela romper relações com a Argentina. A situação se agravou quando as autoridades venezuelanas cortaram serviços essenciais, como água e eletricidade, e impediram a entrada de caminhões com suprimentos, como água potável.
Em resposta a esses atos de hostilidade, a oposição venezuelana, por meio da Plataforma da Unidade Democrática (PUD), pediu que Brasil e Argentina intensifiquem a pressão sobre o governo da Venezuela. A Argentina, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, denunciou os ataques contra sua embaixada e exigiu que o governo venezuelano fornecesse os salvo-condutos necessários para que os opositores possam deixar o país em segurança. Contudo, o governo da Venezuela negou qualquer assédio, afirmando que não fornecerá serviços gratuitos e ironizando as acusações.
O Brasil assumiu a responsabilidade pela proteção da embaixada argentina desde 1º de agosto, após o rompimento diplomático entre Venezuela e Argentina devido a divergências políticas. A situação de assédio aos opositores asilados não é inédita, e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem reiterado que continuará a defender os interesses da Argentina, apesar das tensões e da negativa do governo venezuelano em fornecer permissão para a representação diplomática brasileira da Argentina.