O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) investiga possíveis interferências políticas no Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas, após denúncias de irregularidades sanitárias em uma unidade pública de saúde e a consequente saída de duas gestoras do órgão. Segundo relatos, a exoneração da antiga diretora do Devisa e da coordenadora de Vigilância Sanitária estaria ligada ao descontentamento do secretário municipal de Saúde com as ações realizadas na Policlínica II. A Secretaria de Saúde nega qualquer ingerência, afirmando que as movimentações internas são práticas normais em todas as secretarias.
A promotoria que instaurou o inquérito busca garantir a autonomia do Devisa, solicitando que a gestão seja feita por profissionais tecnicamente qualificados e com independência técnica. As investigações incluem a análise de possíveis pressões para mudanças na liderança, especialmente após a recusa da diretora em desnomear servidores envolvidos em ações sanitárias controversas. Além disso, há relatos de que pedidos de afastamento foram feitos por motivos de saúde e impasses administrativos.
Em resposta, a Secretaria de Saúde reforça que as nomeações seguem critérios técnicos e legais, destacando o currículo da nova diretora do Devisa como exemplo de experiência e qualificação. A pasta também defende que não foi notificada oficialmente pelo MP-SP sobre a investigação, mas está disponível para colaborar. Por fim, enfatiza que a reorganização interna dos cargos visa otimizar as políticas públicas de saúde, sem comprometer a autonomia ou a eficiência do órgão.