O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a suspensão dos pagamentos das emendas parlamentares após a Controladoria-Geral da União (CGU) apresentar um relatório que indicou irregularidades nos repasses para Organizações Não Governamentais (ONGs). O relatório revelou que sete ONGs, que receberam R$ 482,3 milhões entre 2020 e 2024, apresentaram falhas na execução dos projetos, como falta de capacidade técnica e possíveis indícios de superfaturamento nas contratações. Em resposta, o STF determinou que a Câmara dos Deputados, o Senado e outras partes interessadas se manifestem sobre os achados no prazo de dez dias úteis.
Devido à falta de mecanismos de transparência nos processos de repasse e fiscalização dos recursos, o STF optou por suspender o pagamento de todas as emendas impositivas do governo federal. A medida permanecerá em vigor até que o governo implemente um sistema mais robusto de rastreamento e supervisão dos recursos públicos. A decisão foi ratificada pelo Plenário da Corte em 16 de agosto, afetando tanto emendas individuais quanto as de bancada, comissão e relator, além do extinto orçamento secreto.
Como parte dos esforços para aumentar a transparência, a Câmara dos Deputados já aprovou um projeto que visa aprimorar o controle e a fiscalização dos recursos destinados às emendas parlamentares. Agora, a proposta aguarda análise no Senado Federal. A iniciativa busca garantir o uso adequado dos recursos públicos, corrigindo falhas detectadas na gestão das emendas e proporcionando maior responsabilidade no trato dos fundos públicos.