O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, se manifestou sobre a necessidade de responsabilizar aqueles envolvidos em atos antidemocráticos, especialmente em relação aos episódios de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram a Praça dos Três Poderes. Barroso afirmou que é essencial que haja consequências legais para quem participou desses atos para evitar que se naturalize a violência política no país, alertando para os riscos de que, nas próximas eleições, perdedores se sintam autorizados a adotar comportamentos semelhantes se não houver punições.
Em suas declarações, Barroso também comentou sobre a proposta de anistia para os envolvidos na invasão, que tramita no Congresso Nacional. O ministro manifestou sua preocupação com a ideia de conceder anistia antes mesmo das condenações, afirmando que tal medida poderia passar a mensagem de que os atos não foram graves. O projeto de lei, conhecido como PL da Anistia, está sendo analisado na Câmara dos Deputados, e, no final de outubro, o presidente da Casa, Arthur Lira, criou uma comissão especial para estudar o tema.
Até o início de novembro, mais de 260 pessoas haviam sido condenadas por envolvimento nos atentados de janeiro. O STF é o responsável por julgar os réus envolvidos nas invasões, enquanto o Congresso segue debatendo as questões jurídicas relacionadas à punição ou eventual anistia desses atos. A declaração de Barroso reflete uma posição firme do Supremo quanto à preservação da ordem democrática e a importância de responsabilizar quem tenta subverter o processo político e institucional do país.