O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) criticou a possibilidade de concessão de anistia a pessoas envolvidas em ataques à democracia, destacando o risco de perdoar sem uma condenação adequada. As declarações ocorreram após explosões na Praça dos Três Poderes em Brasília, que resultaram na morte de um dos envolvidos no atentado. Em sua fala, o presidente do STF afirmou que tais medidas de perdão poderiam incentivar comportamentos violentos, sem que houvesse uma punição que previna futuros ataques. Ele também questionou a perda de valores fundamentais da sociedade, como o afeto e a fraternidade, diante do crescente clima de ódio e agressividade política.
Outros ministros do STF reforçaram a posição de Barroso, apontando que as explosões não são um fato isolado, mas parte de um contexto de intensificação do ódio político nos últimos anos. Para o ministro Alexandre de Moraes, a pacificação do país não pode ser alcançada por meio da impunidade, pois isso apenas agrava a violência e comprometeria a estabilidade democrática. Ele também enfatizou a necessidade de responsabilização para evitar a repetição desses atos.
A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que o Brasil enfrenta momentos de preocupação, mas se mantém firme no compromisso com a preservação das instituições democráticas. Ela destacou que, apesar dos desafios, é fundamental garantir que a democracia prevaleça, independentemente das adversidades. Já o ministro Flávio Dino sublinhou que o atentado não foi apenas contra o STF, mas contra a Constituição e a legalidade, defendendo que a democracia deve ser sustentada por um debate de ideias e não por ações extremistas.