A Suprema Corte do Texas decidiu nesta sexta-feira (15) que a execução de um homem condenado por assassinar sua filha, com base em evidências de trauma craniano associado à síndrome do bebê sacudido, poderá ser retomada. A decisão anulou a suspensão temporária determinada anteriormente, que havia interrompido a execução para avaliar um pedido de deputados estaduais que queriam ouvir o condenado. O tribunal determinou que, embora os legisladores possam ainda entrevistar o homem, isso não deve interferir na data de sua execução, que será agendada posteriormente.
Em 2002, o acusado foi condenado pelo homicídio de sua filha de dois anos, Nikki, após apresentar a versão de que ela teria caído da cama. Médicos e especialistas, no entanto, indicaram que as lesões na criança correspondiam a um possível caso de trauma craniano grave, típico da síndrome do bebê sacudido. Esta teoria, embora amplamente aceita por profissionais da área pediátrica, tem sido questionada nos últimos anos, gerando um intenso debate sobre a validade de tais diagnósticos como base para condenações.
Com base em novas evidências que contestam a causa da morte, um grupo de políticos e especialistas tem solicitado a reversão da pena, alegando que a criança poderia ter sofrido de pneumonia e não de traumas causados por maus-tratos. Apesar desses novos argumentos, os promotores mantêm que as provas originais ainda são suficientes para sustentar a condenação. A decisão judicial, portanto, abre caminho para a continuidade do processo, sem que novas audiências influenciem diretamente a execução programada.