Em entrevista ao Money, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, expressou surpresa com a reação positiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao pacote de medidas apresentadas pelo setor. O encontro, que inicialmente estava previsto para durar uma hora, se estendeu por mais de duas horas, durante as quais o presidente aprofundou as discussões sobre as sugestões. Entre as propostas, destacaram-se a autorização para a venda de medicamentos sem receita em supermercados e a criação de um sistema mais flexível para a data de validade dos produtos, o que, segundo os empresários, poderia reduzir o desperdício, estimado em bilhões de reais anualmente.
Além disso, os representantes do setor propuseram isenção fiscal para doação de alimentos e a criação de uma cesta básica nacional isenta de impostos. A desoneração da folha de pagamento também foi levantada como uma medida importante, incluindo incentivos à contratação de jovens e trabalhadores com mais de 60 anos. Os supermercadistas relataram ainda dificuldades na contratação de pessoal, citando que há cerca de 350 mil vagas abertas no setor devido à escassez de mão de obra e ao mercado de trabalho aquecido.
Por fim, o setor expressou preocupação com os aumentos nos custos, como o previsto para a cesta de Natal, que deverá ficar 9% mais cara neste ano. Apesar das dificuldades, a proposta de flexibilizar a legislação e criar um ambiente mais favorável ao comércio de alimentos e produtos essenciais visaria aliviar a pressão sobre os preços, ao mesmo tempo em que reduziria o desperdício de produtos e incentivaria a inclusão social.