A concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos, GRU Airport, suspendeu temporariamente o recebimento de cargas secas internacionais devido à superlotação no terminal de carga. A suspensão, iniciada na quinta-feira e prevista até a segunda-feira, permite apenas a entrada de cargas perecíveis, fármacos, materiais de operadores aéreos e animais vivos. A medida visa reorganizar as mercadorias que já estão desembarcadas, mas ainda não foram distribuídas. Para colaborar com a regularização, a concessionária recomenda que importadores priorizem a retirada de cargas em horários de menor movimento.
A superlotação é vista como consequência de problemas operacionais e de um aumento inesperado no volume de cargas, segundo a GRU Airport. No entanto, advogados especialistas no setor apontam que a situação no terminal de Guarulhos é recorrente, destacando que o descumprimento dos prazos para liberação tem resultado em cargas expostas a intempéries e possíveis danos. A sobrecarga também gera custos adicionais e atrasos na produção, pois empresas buscam alternativas, como o uso do terminal de Viracopos, em Campinas, além de enfrentar maiores despesas com armazenamento, o que eleva os preços finais para o consumidor.
Para reduzir os impactos, a Justiça de São Paulo determinou que a GRU Airport isente os importadores das taxas de armazenagem nos casos em que o atraso seja causado pela concessionária e agilize o processo de liberação de mercadorias, sob pena de multa. A empresa afirma ter tomado medidas para mitigar os efeitos, como descontos tarifários para retiradas em dias específicos, contratação de mais funcionários e expansão do espaço de armazenamento. Contudo, especialistas ressaltam que o problema já havia ocorrido em anos anteriores, indicando a necessidade de soluções de longo prazo para a gestão do terminal.