O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou que o governo de São Paulo forneça, em até cinco dias, explicações detalhadas sobre a utilização das novas câmeras corporais adquiridas pela Polícia Militar. A medida ocorre em meio a questionamentos levantados pela Defensoria Pública sobre o funcionamento do sistema, incluindo quando o software será capaz de ativar gravações automaticamente em situações como disparos de arma de fogo.
A discussão ganhou relevância após um incidente ocorrido na última quarta-feira (20), em que um estudante de medicina de 22 anos morreu durante uma abordagem policial na zona sul de São Paulo. De acordo com os agentes envolvidos, o jovem teria apresentado comportamento agressivo e resistido à abordagem, o que culminou no disparo fatal. As câmeras corporais dos policiais estavam ativadas e as imagens captadas serão usadas na investigação do caso. A Secretaria de Segurança Pública afastou os dois policiais e indiciou o autor do disparo por homicídio doloso.
O caso gerou críticas à atuação dos agentes, especialmente pela Ouvidoria da Polícia Militar, que apontou desrespeito ao princípio do uso progressivo da força. A Secretaria de Segurança Pública informou que está tomando medidas para apurar os fatos, enquanto as novas câmeras corporais seguem sendo tema de debate, com o objetivo de melhorar a transparência e o controle em ações policiais.