Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitaram, de forma unânime, o recurso apresentado por um casal condenado por crimes relacionados ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. O casal foi sentenciado a dez anos de prisão, após ser acusado de associação para o tráfico, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro. A decisão, que encerra a fase de discussão do mérito do processo, foi tomada pelo STF depois que o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) já havia confirmado a condenação em segunda instância. A defesa agora apresentou embargos de declaração, última possibilidade de contestar a decisão antes que o caso seja considerado encerrado.
O casal, que se casou em 2012, prosperou rapidamente financeiramente, sendo investigado por aumentar significativamente seu patrimônio de forma suspeita, além de adquirir imóveis e veículos em diferentes estados. Segundo as investigações, a mulher do casal teria utilizado um salão de beleza para ocultar o dinheiro oriundo do tráfico. No entanto, a defesa alega que o cálculo do prazo para recorrer no TJ-AM foi feito de forma equivocada, o que levou ao agravo no STF, que também não teve sucesso.
Além do processo judicial, o caso ganhou destaque por uma série de reuniões realizadas com integrantes do Ministério da Justiça, que ocorreram mesmo após a mulher do casal ser apontada como envolvida com uma facção criminosa. As audiências foram solicitadas pela Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim), e, embora as autoridades envolvidas neguem qualquer encontro direto com a acusada, a situação gerou controvérsias, especialmente em relação ao vínculo de alguns dos participantes com a advocacia criminalista.