O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de restituição do celular do padre investigado no âmbito da Operação Tempus Veritatis. O aparelho, apreendido pela Polícia Federal (PF) em fevereiro, permanece sob análise, com o magistrado destacando que as investigações estão em curso e que o dispositivo é essencial para a elucidação dos fatos. A defesa argumentou que a apreensão violaria o sigilo sacerdotal, mas a recusa em entregar a senha do aparelho e as suspeitas de atividades fora do âmbito religioso reforçaram a decisão judicial.
As investigações apontam que o religioso teria participado de reuniões e contribuído com orientações jurídicas e doutrinárias no planejamento de um suposto golpe de Estado, visando questionar o processo eleitoral e a ordem democrática. A PF identificou sua presença em um encontro no Palácio do Planalto em novembro de 2022, onde foi discutida uma minuta de decreto relacionada aos interesses do grupo investigado. Apesar de negar envolvimento em atos contrários à Constituição, o padre é considerado peça-chave no núcleo jurídico do esquema.
Em nota, o investigado reafirmou seu compromisso com os princípios constitucionais e a ordem democrática, destacando que jamais apoiaria ações que rompessem com a legalidade. A Diocese de Osasco, por sua vez, se comprometeu a colaborar com as autoridades na apuração dos fatos, reforçando a necessidade de respeito à Justiça e à Constituição. O caso ilustra o delicado equilíbrio entre liberdade religiosa e o dever de responder por suspeitas de condutas contrárias à ordem legal.