O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, criticou a possibilidade de anistia a indivíduos que atentam contra a democracia, destacando a gravidade do atentado ocorrido em Brasília na quarta-feira (13), quando explosões foram registradas na Praça dos Três Poderes. Durante a sessão do STF, Barroso afirmou que a responsabilização é fundamental para evitar a normalização de atitudes violentas e golpistas, questionando o clima de ódio e agressividade crescente no país. O atentado foi interpretado como parte de um contexto mais amplo de discursos extremistas que, segundo o ministro, incentivam ataques às instituições democráticas.
Outros ministros também se manifestaram sobre o episódio. Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre o caso, vinculou o ataque ao discurso de ódio promovido por certos grupos políticos, mencionando especificamente a retórica agressiva contra o Judiciário. Moraes ressaltou que a pacificação do país não deve passar pela anistia de criminosos, pois isso representaria um incentivo à impunidade e mais violência. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, por sua vez, afirmou que, apesar da preocupação gerada pelo atentado, as instituições democráticas devem continuar seu trabalho com comprometimento, sem se deixar abalar por tais eventos.
O ministro Flávio Dino também comentou o ocorrido, enfatizando que o ataque não foi apenas contra um edifício, mas contra a Constituição e a legalidade. Dino ressaltou a importância da distinção entre o direito à liberdade de expressão e a violência, reiterando que a democracia deve ser preservada como um espaço para o debate de ideias, mas sem tolerância para práticas que busquem destruir as bases do Estado democrático de direito. O ataque gerou um forte consenso entre os ministros sobre a necessidade de garantir a responsabilização de todos os envolvidos em atos antidemocráticos, reafirmando o compromisso com a paz e a estabilidade institucional.