A cidade de Olho d’Água do Casado, localizada no Sertão de Alagoas, guarda um rico acervo arqueológico e histórico com 47 sítios datados de até 9 mil anos atrás. Entre os registros estão gravuras e pinturas rupestres, além de cemitérios milenares que revelam aspectos da vida cotidiana de povos pré-históricos. A região integra o Baixo São Francisco, que concentra mais de 300 sítios arqueológicos, oferecendo uma oportunidade única de contato com o passado por meio de trilhas guiadas que permitem a apreciação dessas marcas deixadas por antigos habitantes.
A proteção desse patrimônio é garantida por iniciativas locais, como o Espaço Toá, que reúne esforços para preservar e divulgar as riquezas culturais e naturais da região. Visitantes podem observar gravuras esculpidas diretamente nas rochas, pinturas feitas com pigmentos naturais e até locais que serviam como “laboratórios” onde tintas eram preparadas com misturas de minerais e elementos orgânicos. Segundo relatos locais, essas práticas remontam a mais de 9 mil anos, sendo um testemunho das habilidades e criatividade dos povos que habitaram o território.
Além de trilhas e explorações históricas, o público também pode conhecer a arte contemporânea inspirada nas técnicas ancestrais, com utensílios e obras produzidos por descendentes dos povos originários. A integração entre preservação histórica e atividades turísticas tem atraído pesquisadores, aventureiros e visitantes de diversas regiões do Brasil e do mundo, promovendo um elo entre passado e presente.