A guerra civil na Síria, que começou em 2011 com uma revolta contra o governo de Bashar al-Assad, se transformou em um conflito prolongado e devastador, envolvendo múltiplos grupos locais e potências internacionais. Após 13 anos de combates, o país está fragmentado em diversas regiões controladas pelo regime de Assad, por facções armadas ou por entidades autoproclamadas. O regime de Assad, com o apoio da Rússia e do Irã, controla atualmente cerca de dois terços do território sírio. Por outro lado, áreas como Idlib e o norte do país estão sob controle de facções rebeldes, com a presença de forças internacionais, incluindo a Turquia e os Estados Unidos.
Na província de Idlib, o último reduto de oposição armada, a Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que anteriormente se alinhava com a Al-Qaeda, exerce um controle efetivo. Embora tente se distanciar da ideologia global jihadista, a HTS continua sendo vista como uma organização terrorista pela ONU e por diversos países. No noroeste da Síria, a Turquia apoia grupos armados que controlam a região de Afrin, anteriormente dominada por curdos, em resposta à ameaça representada pelas milícias curdas, aliadas aos EUA. Essas ações fazem parte de uma estratégia turca de influência no norte sírio, em consonância com seus próprios interesses regionais.
A ameaça do Estado Islâmico (EI) na Síria não desapareceu completamente, apesar de sua derrota militar em 2019. O grupo agora opera de forma clandestina, realizando ataques rápidos e imprevisíveis, principalmente em áreas descontroladas ou com segurança fragilizada. Além disso, o EI ainda busca libertar seus combatentes e familiares mantidos em campos de detenção sob controle das Forças Democráticas Sírias, com a ajuda de potências internacionais como os EUA. Esse cenário de fragmentação e instabilidade continua a prolongar a guerra, mantendo o futuro da Síria incerto.