Entidades representativas do agronegócio brasileiro divulgaram uma nota conjunta nesta quinta-feira (21) criticando a decisão do Carrefour da França de suspender o abastecimento de carne oriunda do Mercosul. A medida foi anunciada pelo CEO global do grupo, Alexandre Bompard, com o objetivo de alinhar-se à possível aprovação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul e à nova lei antidesmatamento do bloco europeu. O governo brasileiro já havia manifestado sua contrariedade à decisão, que também gerou reação de importantes associações do setor.
Os grupos brasileiros reiteraram a relevância do Mercosul como líder global em exportação de carnes bovina e de frango, destacando o papel da região como principal fornecedora durante a pandemia. As associações afirmaram que a medida do Carrefour, aplicada exclusivamente às lojas na França, não está relacionada à qualidade dos produtos, mas atende a pressões dos produtores franceses. Ainda assim, consideraram a decisão incoerente e questionaram se, sob essa lógica, a carne do Mercosul deveria continuar sendo oferecida em outros países onde a rede opera.
A nota reforça o compromisso do setor agropecuário brasileiro com práticas sustentáveis, produção responsável e segurança alimentar. Em resposta, o Carrefour esclareceu que a decisão não desqualifica os produtos do Mercosul, mas reflete demandas específicas do mercado francês. O debate evidencia as tensões entre questões comerciais e ambientais na relação entre o Mercosul e a União Europeia, além de destacar a importância estratégica das exportações de carne para a economia brasileira.
