O senador Hamilton Mourão classificou como “sem pé nem cabeça” o plano de golpe de Estado que teria sido idealizado após as eleições presidenciais de 2022, destacando que considera absurdo o conteúdo relatado e afirmando que não vê crime em “escrever bobagem”. Mourão afirmou que ações concretas, e não apenas ideias, configuram atos criminosos, ressaltando que cabe aos juristas debaterem a questão. As declarações foram feitas em um podcast, em meio às investigações da Polícia Federal que culminaram no indiciamento de 37 pessoas, incluindo militares.
O parlamentar, que foi vice-presidente entre 2019 e 2022, enfatizou a necessidade de apoio significativo das Forças Armadas para que uma tentativa de golpe fosse viável. Segundo ele, o plano descrito nas investigações, que incluía armas e alegações de envenenamento de autoridades, carecia de lógica e organização. Mourão também argumentou que, no Brasil, não houve movimentação de tropas que pudesse indicar uma tentativa real de golpe, destacando que os militares envolvidos, em sua maioria da reserva, não tinham comando direto sobre forças armadas operacionais.
Por fim, o senador criticou como absurda a ideia de um suposto complô para assassinar líderes eleitos e figuras do Judiciário, reiterando que o plano não tinha condições práticas de ser implementado. Ele defendeu que o debate sobre os limites da liberdade de expressão e a definição de crime em casos de discursos controversos seja aprofundado, mantendo o foco na necessidade de ações concretas para configurar delitos.