O senador Eduardo Girão (Novo-CE) fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante seu pronunciamento na segunda-feira (25), questionando a imparcialidade do inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Girão apontou um possível conflito de interesses, já que o ministro Alexandre de Moraes, citado como vítima no caso, lidera as investigações. O senador criticou também a ausência de recursos no processo e afirmou que a condução do inquérito por Moraes configura uma situação injusta, com o ministro sendo ao mesmo tempo investigado e investigador.
O senador ainda abordou um segundo inquérito do STF, envolvendo o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), motivado por acusações do parlamentar contra um delegado da Polícia Federal. Girão argumentou que a investigação contra van Hattem, que criticava o delegado por alegada fraude em relatórios, configura uma violação da imunidade parlamentar. Para ele, essa investigação representa uma tentativa de intimidação contra vozes críticas ao governo, em um contexto de crescente autoritarismo no Brasil.
Em suas declarações, Girão alertou que o país está se afastando do Estado de Direito, comparando a situação com regimes autoritários. Ele lamentou a falta de ação do Senado, que, segundo ele, estaria se tornando omisso diante do que considera uma tendência a um “estado policialesco”. O senador concluiu que o Brasil enfrenta um momento crítico, em que as instituições precisam agir para proteger a democracia e os direitos fundamentais.