A sexta audiência pública no Senado sobre a regulamentação da reforma tributária abordou os impactos da proposta sobre setores específicos, com destaque para as Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs). Representantes desse modelo de gestão esportiva alertaram para o aumento da carga tributária previsto no texto, que pode dobrar o valor de tributos pagos atualmente, passando de 4% para mais de 8%. Essa mudança, se mantida, pode desincentivar novos investimentos nas SAFs, que foram criadas com o objetivo de oferecer um modelo tributário mais estável e atraente para a profissionalização dos clubes.
Um ponto adicional de preocupação é a alteração na base de cálculo de impostos sobre a venda de jogadores. A reforma tributária prevê que essas transações sejam incluídas no cálculo dos impostos a partir do primeiro ano da SAF, enquanto a legislação anterior permitia essa inclusão apenas a partir do quinto ano. A mudança pode afetar o fluxo de recursos dos clubes, que teriam que lidar com a tributação sobre essas vendas de forma antecipada, o que, segundo especialistas, prejudica o planejamento financeiro das SAFs.
O projeto de regulamentação da reforma tributária foi aprovado pela Câmara em julho e agora segue para discussão no Senado, com implementações previstas para 2026. A reforma busca modernizar a estrutura tributária do Brasil, mas ainda precisa passar por ajustes específicos para setores como o futebol, a fim de garantir a continuidade de iniciativas como as SAFs, que visam transformar a gestão dos clubes em um modelo mais sustentável e profissional.