Após a morte de uma técnica de enfermagem e seu bebê durante o parto, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Tocantins adotou medidas emergenciais para complementar o atendimento obstétrico em Palmas. A partir de 15 de novembro, gestantes com alto risco e casos que necessitam de procedimentos especializados serão encaminhados ao Hospital Santa Tereza, uma unidade particular da cidade. O objetivo é aliviar a sobrecarga na Maternidade Dona Regina Siqueira Campos, que, em 2023, registrou mais de 5 mil partos, sendo metade de alto risco. A SES anunciou que o encaminhamento será feito pela Central Estadual de Regulação, com a cobertura de serviços como cesárea, exames neonatais e internação pós-parto.
O incidente envolvendo a morte de Karle Cristina Vieira Bassorici, que estava grávida de 39 semanas, levantou questões sobre a falta de especialistas no Dona Regina. A técnica de enfermagem, que deu entrada na unidade com complicações, recebeu atendimento inicial, mas faleceu após complicações no parto. A causa da morte foi atribuída a tromboembolismo pulmonar, enquanto o bebê nasceu sem vida. A família denunciou a ausência de médicos especializados durante o atendimento, o que gerou uma investigação por parte do Ministério Público e da Polícia Civil.
A medida de encaminhamento dos casos para a rede particular foi justificada pela alta demanda de partos de risco elevado no Dona Regina, o que tem gerado uma sobrecarga no sistema público de saúde. A SES afirmou que a ação será mantida enquanto houver a necessidade de complementar os serviços, garantindo um atendimento mais célere e especializado às gestantes e suas famílias. O valor dos serviços será pago conforme os parâmetros do Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos do SUS.
