A seca histórica no estado do Amazonas, considerada a pior já registrada, está provocando mudanças profundas no ecossistema e impactos econômicos na região. A formação de uma vegetação incomum, chamada canarana, em áreas antes submersas, é um dos sinais mais visíveis dessa transformação. Especialistas alertam que essa vegetação, ao entrar em decomposição com a cheia dos rios, pode reduzir a oxigenação da água, aumentar a acidez e afetar negativamente a biodiversidade aquática.
Além das consequências ambientais, a seca também tem impactos diretos na economia local, como relatado por empresários ribeirinhos. Com a água em condições impróprias para atividades recreativas e pesca, muitos comerciantes precisam adiar suas operações, prejudicando o sustento das comunidades ribeirinhas. A situação afeta mais de 800 mil pessoas em todos os 62 municípios do estado, com muitas áreas enfrentando dificuldades de transporte e abastecimento.
Embora o cenário seja crítico, há sinais de melhora com a previsão do retorno das chuvas em novembro. Especialistas indicam que os níveis dos rios devem começar a se recuperar gradualmente, com maior regularidade a partir de dezembro. A retomada da navegação em portos importantes, como Tabatinga e Tonantins, já representa um alívio para algumas regiões, sinalizando o início da superação desse desafio histórico.