A seca histórica que atingiu o estado do Amazonas em 2023 expôs uma paisagem incomum às margens do Rio Negro, em Manaus. Devido ao baixo nível das águas, uma área de vegetação verde, geralmente submersa, emergiu, atraindo a atenção nas redes sociais e motivando visitas de turistas e moradores locais. O fenômeno transformou o local em uma nova atração temporária, onde famílias e amigos se reúnem para registrar o cenário único e explorar a beleza natural que veio à tona com a estiagem.
Apesar da atração visual, especialistas alertam para possíveis consequências ambientais. A vegetação que surgiu é típica de períodos de estiagem e tende a formar grandes ilhas flutuantes quando o nível das águas subir novamente. Essas formações podem impactar negativamente a fauna aquática ao reduzir a entrada de luz solar e diminuir a oxigenação dos rios, prejudicando a reprodução dos peixes da região. Além disso, a proliferação de bactérias nessas ilhas pode aumentar, o que potencializa os riscos ao ecossistema local.
A situação reflete a gravidade da seca, com o Rio Negro atingindo seu nível mais baixo em mais de 120 anos de medições. Esse evento alterou significativamente o cenário de Manaus, afetando tanto atividades turísticas quanto operações industriais. Bancos de areia emergiram em áreas antes submersas, e a movimentação de embarcações e mercadorias na capital precisou ser adaptada com soluções como a instalação de píeres flutuantes. Segundo a Defesa Civil do Amazonas, o nível do rio, após uma mínima histórica, começou a apresentar pequenas oscilações, em um fenômeno conhecido como repiquete, o que traz esperança de recuperação gradual.