A seca severa que afeta a Amazônia tem impactado drasticamente comunidades indígenas no Brasil, Peru e Colômbia, onde crianças e famílias enfrentam dificuldades crescentes de acesso a alimentos, água e serviços básicos de saúde e educação. A escassez de água no rio Amazonas e em seus afluentes, que servem como principais vias de transporte nessas áreas remotas, impede a circulação e compromete a subsistência e a economia locais. Segundo a Unicef, mais de 420 mil crianças nessas regiões dependem dos rios para alcançar comida, remédios e escolas, enquanto muitas famílias relatam dificuldades para manter a pesca e a agricultura.
Essa situação de seca extrema, ligada às mudanças climáticas, compromete gravemente o ecossistema amazônico, afetando mais de 1,7 mil escolas e centenas de centros de saúde na Amazônia brasileira. No Peru, o departamento de Loreto registra impactos significativos, com mais de 50 postos de saúde afetados, enquanto na Amazônia colombiana, 130 escolas tiveram aulas suspensas. Além disso, a crise aumenta o risco de desnutrição infantil e doenças como dengue e malária, ampliando o estado de emergência na região e mobilizando planos de contingência governamentais.
A Unicef alertou sobre a necessidade urgente de arrecadar 10 milhões de dólares para apoiar a resposta humanitária nos próximos meses, antes da COP29, que ocorrerá no Azerbaijão. Na Colômbia, a crise gera ainda maior vulnerabilidade para crianças em áreas isoladas, com um aumento dos riscos de recrutamento e exploração por grupos armados.