O saque-aniversário do FGTS tem gerado impactos econômicos significativos, semelhantes ao programa Bolsa Família. Um estudo da consultoria Ecoa aponta que, em 2023, a modalidade injetou R$ 26,6 bilhões no PIB brasileiro, com um efeito multiplicador de 1,80 para cada real liberado, um número próximo ao de programas sociais. Esse mecanismo também contribuiu para a criação ou manutenção de 221 mil empregos no ano passado e, desde 2020, já acumulou R$ 108,9 bilhões em recursos injetados na economia, afetando positivamente 1,4 milhão de postos de trabalho.
Apesar de seu impacto econômico, o saque-aniversário tem sido alvo de debate, especialmente sobre sua continuidade. A pesquisa da Ecoa reflete que a modalidade é utilizada principalmente por pessoas da classe C, e grande parte dos recursos liberados é destinada ao pagamento de dívidas. Isso sugere que o programa ajuda a reduzir a inadimplência e o endividamento das famílias, o que se reflete no perfil de uso da ferramenta. No entanto, a proposta de fim da modalidade, defendida por alguns membros do governo, é vista como potencialmente prejudicial à economia, com aumento da inadimplência e endividamento.
A análise também aborda a sustentabilidade do FGTS, com simulações indicando que o saque-aniversário não comprometeria a capacidade de investimento do fundo. O volume de depósitos continua a crescer, enquanto a proporção de saques em relação ao saldo do fundo diminui. A consultoria também sugere que uma possível mudança nas regras para permitir que os trabalhadores acessem seus saldos em casos de demissão sem justa causa teria um custo relativamente baixo. Embora o debate sobre o futuro da modalidade ainda esteja em andamento, há uma resistência significativa no Congresso à ideia de sua extinção, dado os efeitos positivos para a economia.